sábado, 18 de setembro de 2010

Antônio Nélcio de Abreu (Chinho)

Setembro é o mês do aniversário de um grande artista de Pedralva: o nosso Antônio Nélcio de Abreu (Chinho).
Em sua obra inclui uma infinidade de textos, músicas e poesias, todas inspiradas no amor, na vida e em sua terra natal, Pedralva. Por isso, o dia 28 de setembro _ data do seu aniversário _ é o Dia da Cultura Pedralvense, uma homenagem mais do que merecida a este ilustre filho da terra.

Filho de Gaspar de Abreu Paiva e Maria da Conceição Carneiro Abreu (Dona Sõe), perdeu o pai aos 6 anos de idade. Sua mãe deixou sob a alçada do padrinho Zé a criação do pequeno filho. Entretanto o padrinho, sempre zeloso, residia na zona rural da cidade. Chinho então começou a estudar na roça com a ajuda da madrinha Zizinha. Enquanto descansava na rede de sua própria casa, sua madrinha ensinava toda a matéria escolar. Por isso, concluiu o ensino primário de maneira brilhante, recebendo menção do Dr.Nhozinho, inspetor do Grupo Escolar Coronel Gaspar: "Este menino merece distinção".
Na formatura da quarta série, conheceu a mulher que mais tarde tornou-se sua esposa: Maria Aparecida Bustamante Abreu (Picidinha).


Em 1946, foi para Caxambu cursar o ginasial, mas não se adaptou às matérias escolares sem a presença da amada Zizinha. Portanto, repetiu o primeiro ano, mas logo se acostumou a estudar sozinho.
Em 1948, tranferiu-se para Passa Quatro a fim de concluir o ginasial.
De volta a Pedralva, após concluir o ginásio, cursou Técnico em Contabilidade no colégio da cidade.
Em 1969, transferiu-se para Varginha, onde trabalhou por 2 anos na Coletoria, hoje Receita Federal. Depois foi para Itajubá, onde permaneceu até aposentar-se, em 1986.

O ARTISTA

Nasceu com alma de artista, sendo que _ ainda criança _ deslumbrava-se ao assistir ao seu pai tanger o violino.
Em Caxambu, aprendeu os primeiros acordes do violino com seu tio Finfa, instrumento pelo qual possui verdadeira admiração até os dias atuais. Foi nesta cidade que compôs seu primeiro poema para o amor de sua vida, Picidinha:

Cidinha, minha esperança,
Que não sai da minha mente
Alma pura de criança
Minh'alma pura inocente

José da Costa Paiva, professor e grande poeta de Pedralva, ensinou as técnicas de construção das poesias: rima, métrica e etc.
Após receber os ensinamentos do ilustre professor, Chinho escreveu a sua primeira poesia, um soneto intitulado "Oração", a ser publicada nos jornais Correio da Manhã e Diário de Belo Horizonte.

Oração

Que Deus me ajude a encaminhar meus filhos
Na perfeição que o mundo não consente;
Se sou errado em educar sem brilhos,
Jamais errei deliberadamente.

Eu sei da grave obrigação dos pais
Em educar, num censurar prudente.
E sei também que já falhei demais,
Porém jamais deliberadamente.

Eu sinto pena em castigar um filho,
Dói-me por dentro a punição severa,
Mas quero crer que sigo um reto trilho.

Que Deus jamais de nosso lar se ausente,
Se foi frustrada esta intenção sincera,
Pois nunca errei deliberadamente.

                                          29/05/1960

A primeira música de sua autoria foi composta em 1947 com o nome "Valsa de mamãe", mas na verdade a canção era para a mulher amada, Picidinha. Na ocasião, quis disfarçar a intenção da música para não alardear o amor contido, o que poderia ser um despropósito na época.
José Hilton de Faria, então componente da banda da cidade, ensinou a transcrever a canção para a partitura.

Em 1955, casou-se com Picidinha e teve 8 filhos: José Abel, Alice, Helena, Heleny, Marília, Sérgio, Ailton e Ana Paula.

Por iniciativa de André Abreu Braga, seu neto, a família gravou um CD com músicas de sua autoria que será oficialmente lançado hoje, no Clube Recreativo e Literário de Pedralva.
A renda da venda do CD será revertida para a Conferência São Vicente de Paulo, entidade da qual Chinho é voluntário.


DE PASSAGEM


Vozes: Luiz Sérgio e Priscila Abreu
Violão e Percussão: Diovani Bustamante
Arranjo: André Braga

PERNOITE/POEMA SOZINHO


Voz e Violão Nylon: Giovanni Guimarães
Violão Aço: Diovani Bustamante
Bandolim: Paulinho Faria
Arranjo: Giovanni Guimarães
Voz/Poema: Gildes Bezerra

Veja também:
Lançamento do livro: Duas histórias de Pedra Branca

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