Como escolher um bom candidato nas eleições

Esta matéria de minha autoria foi publicada no jornal "O Centenário" em 2010 após eu ler o excelente artigo do professor Aécio Bustamante _ "Declaração de voto" _ onde ele faz uma análise do que consideramos o voto perdido.

As dicas foram formuladas antes das eleições presidenciais, mas elas também valem para a análise dos candidatos da sua cidade, o que eu considero mais fácil, devido à proximidade do eleitor com as opções de voto.

Em uma eleição, qualquer propaganda pode fazer a diferença nas urnas, inclusive as pesquisas de intenção de voto. Elas não só avaliam a posição dos candidatos através de uma amostragem, como também influenciam _ principalmente os eleitores desprovidos de senso crítico _ na escolha do candidato.

Nas conversas do bairro, os cidadãos expõem as suas intenções para os amigos, vizinhos, parentes e às vezes alguém profere a seguinte frase:

_ Pra que votar em "fulano de tal" se ele é voto perdido?

O voto perdido, na concepção geral, é o voto ao candidato que não está nas primeiras colocações das pesquisas. É votar naquele que teoricamente perdeu o pleito.

Entretanto, você já pensou que o voto perdido não existe? Pelo menos antes das eleições. Neste período, tudo está indefinido e, qualquer mudança no raciocínio do eleitor, pode fazer a diferença na contagem dos votos.

A fase pré-eleição é como uma obra aberta, pois ninguém sabe qual será o final, nem as pesquisas, portanto NÃO EXISTE O VOTO PERDIDO.

O eleitor é livre para escolher quem bem entender como melhor opção ao cargo pretendido e deveria fazê-lo sem levar em conta as pesquisas de intenção de voto.

Se seguirmos algumas dicas para escolher nossos candidatos, certamente haverá pessoas mais bem preparadas para o cargo público, evitando o atraso da sua cidade, estado ou país nos próximos quatro anos.

OS 10 MANDAMENTOS PARA ESCOLHER UM BOM CANDIDATO NAS ELEIÇÕES

1- CONHECER A HISTÓRIA DOS CANDIDATOS NOS QUAIS VOCÊ ESTÁ INTERESSADO EM VOTAR

O passado é extremamente importante para analisar o perfil do aspirante ao cargo público. Se ele for corrupto, mentiroso ou responde a algum processo por improbidade administrativa, não vote.

2- PESQUISAR O PLANO DE GOVERNO

As propostas são imprescindíveis para saber como será o governo em questão, pois o futuro depende das intenções do governante.

3- ACOMPANHAR AS NOTÍCIAS DA CAMPANHA ELEITORAL E LEVAR EM CONTA AS OPINIÕES DOS CANDIDATOS FRENTE ÀS SITUAÇÕES DO BRASIL E DO MUNDO

O que o candidato pensa a respeito de um determinado assunto mostra sua individualidade e seu posicionamento frente às questões do Brasil e do mundo.

4- DESCONSIDERAR (EM PARTE) A PROPAGANDA ELEITORAL NO RÁDIO E NA TV

Neste caso, o eleitor não deve se deixar levar pelo apelo emocional, imagens bonitas e grandes feitos do passado, pois os publicitários usam de artimanhas nestas propagandas para sensibilizar o eleitorado.

5- ASSISTIR AOS DEBATES

Nos debates os candidatos estão livres para expor o plano de governo e opiniões diversas, sem textos, sem cortes de vídeo, portanto é mais próximo da realidade do que a propaganda eleitoral.

6- LEVAR EM CONTA O CANDIDATO A VICE, O PARTIDO E A EQUIPE DE GOVERNO 
Todo governante não está sozinho ao exercer o seu mandato. Aquele ditado tem razão: "Diga-me com quem andas que te direi quem és".

7- NÃO VOTAR NOS CANDIDATOS QUE FALAM MAL DOS CONCORRENTES

Quem fala mal dos outros quer esconder as suas próprias falhas. Descarte os candidatos que só querem manchar a imagem dos demais, pois este demonstra ser desonesto e mau-caráter ao querer vencer as eleições enxovalhando o concorrente.

8- DESCONSIDERAR AS PESQUISAS DE INTENÇÃO DE VOTO

Pesquisa serve apenas para nortear os candidatos na estratégia de propaganda. Não leve em conta a colocação nas pesquisas, já que tudo pode mudar a cada instante.

9- NÃO ACHAR QUE O SEU VOTO É PERDIDO

Não seja "Maria-vai-com-as-outras", faça a sua análise e escolha o candidato que achar conveniente ao cargo.

10- NÃO VENDER O SEU VOTO E NÃO VOTAR EM CANDIDATO QUE COMPRA VOTOS

O pior candidato e eleitor são os corruptos. Se a corrupção começa antes da eleição, imagine durante o mandato. Os maiores prejudicados são os cidadãos que, neste caso, escolhem uma pessoa desonesta que pensará em si mesma ao exercer o mandato, deixando de lado o exercício da boa administração pública.