O jornal "O Centenário"

No dia 5 de abril, a imprensa escrita de Pedralva comemorou o seu centésimo aniversário. Neste século de existência, muitos jornais surgiram e logo desapareceram, mas nenhum deles manteve-se em circulação por tantos anos como o jornal "O Centenário".

Desde janeiro de 1987, portanto há 24 anos, o jornal leva a informação de Pedralva para diversas partes do Brasil e do mundo e registra a história do nosso município de maneira memorável. A iniciativa partiu do poeta, escritor e músico Antônio Nélcio de Abreu (Chinho) que planejou a fundação de um órgão de imprensa para registrar o centenário da emancipação política* de nossa cidade.

Chinho reuniu um grupo de intelectuais para ajudar na realização deste sonho: os saudosos professores Cláudio Bustamante e José da Costa Paiva, o então vereador Antônio Fortes Bustamante e os professores Aécio Zózimo Bustamante e José Edson Gomes.

No início, o jornal obteve o apoio de então prefeito Luís Renó Costa e circulou como Boletim Informativo da Prefeitura Municipal, concretizando o objetivo de celebrar a emancipação política. Mas, como todo órgão público deseja controlar os meios de comunicação, logo o informativo sofreu com a censura, fato que culminou com a abstenção da redação por parte do Chinho.

Primeiro número do jornal

Em 1989, o jornal voltou a circular de maneira independente e, desde então, não houve mais interrupções. O periódico ganhou assinantes e evoluiu muito ao longo dos anos, a começar pela diagramação: ganhou algumas páginas coloridas e um aspecto mais profissional.

Eu também já escrevi algumas matérias para "O Centenário". Foram poucas, mas valeu como experiência com a qual despertou a minha paixão pela escrita. Talvez este blog nem existiria se o jornal não fizesse parte da minha história.

Certa vez, escrevi uma das matérias mais polêmicas envolvendo a polícia da cidade _ Cadê a Polícia?. Fiz uma crítica à falta de atuação dos policiais no réveillon, quando as pessoas promoveram uma quebradeira de garrafas na Praça da Matriz. Os policiais nada fizeram para impedir o quebra-quebra. Alertei para a ocorrência de acidentes e cobrei mais ação das autoridades.

A alta cúpula da polícia reagiu pedindo explicações e fui convocada para depor na delegacia. Cheguei na sede da polícia acompanhada pelo Edinho e tio Chinho _ membros da diretoria do jornal _ e pelo advogado José Marcos Bustamante Miguel. Após os esclarecimentos, assinei o documento do depoimento.

Posso dizer que o jornal cumpriu com o seu dever, pois o vandalismo não se repetiu no réveillon do ano seguinte.

Na década de 90, eu fazia parte da equipe de apoio da publicação. Todo mês, íamos à casa do tio Chinho para dobrar e colar as etiquetas de endereçamento do jornal. Pra vocês terem uma ideia da evolução, antes colávamos todas as etiquetas com cola escolar _ cerca de setecentos exemplares. Três equipes revesavam-se na conclusão do jornal: uma dobrava, outra colava as etiquetas e outra separava em ordem alfabética. Hoje, as etiquetas possuem o sistema auto-colante, o que tornou mais fácil e rápido o preparo do jornal. A divisão dos exemplares é feita através dos nomes dos municípios e não mais em ordem alfabética.

Equipe do jornal "O Centenário"

José Edson Gomes, o Edinho, é o grande líder do jornal, sendo que exerce diversas funções desde editor, redator, tesoureiro até o transporte de todos os exemplares para a sua própria residência, onde eles são dobrados, identificados e embalados para a postagem.

Chinho é o colaborador da redação.

Aécio é o Diretor-Presidente que escreve a coluna, intitulada com o seu nome, desde a fundação do jornal.

Paulinho Faria é o responsável pelas charges e artes gráficas.

Maria Celina Abreu Gomes faz a revisão do jornal.

Além do Aécio, os colunistas regulares também são: Padre Manuel Escribano escreve a coluna "Das coisas de quase nada", Juca Trombone e os seus versos pra lá de criativos e Nathalia Bustamante, neta do Chinho, que herdou o talento da escrita do avô.

Assinatura

Quem ainda não é assinante e deseja receber um exemplar do jornal "O Centenário", é só escrever para o Edinho através do e-mail: edinho@projesom.com.br 

A assinatura é anual e custa R$50,00 para os residentes fora do município.

* A emancipação política de Pedralva ocorreu em 30 de outubro de 1884. O dia 07 de maio de 1887 foi a data da instalação do município.

Fonte: Jornal "O Centenário", nº 273, março de 2011, Centenário da imprensa escrita de Pedralva